terça-feira, 24 de agosto de 2010

pensamento frequente


Não conseguimos mudar a nossa essência...não pedimos que os outros mudem e é até egoísta exigir essa mudança. Vivemos o quotidiano e procuramos um ponto no meio. O ponto que nos mantenha íntegros e verdadeiros, embora a integridade nos possa trazer mais poeira quando queremos ver mais do que o hoje. E depois há o ponto do não retorno. Como em tudo. Como uma página que se vira. às vezes precisamos de uma borracha e vamos apagando para caberem lá mais palavras e não precisarmos de mudar a página, porque não queremos, porque temos medo, porque não queremos sair da zona de conforto. Por vezes não sabemos o que queremos, mas queremos mais. Por vezes, muitas vezes, a vida dá-nos tempo a mais para percebermos que sentido tomar. Nesse interlúdio, perdemo-nos e perdemos a força de controlar a nossa mente. Ao invés, achamos que devemos continuar a controlar a nossa vida e que temos o poder para isso. Idiotice. E por muito que escreva para mim e decore estas palavras, ainda não cheguei á liberdade de deixar tudo fluir sem medos. E será que há um ponto de chegada? Vou viajando entre mim e lá fora. O que temos verdadeiramente? Nada nos pertence. Nem nós. E tudo vai cabendo na página, mas queremos mais. Quero mais. Ou talvez não deva querer nada, para me surpreender sempre.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O dia de genuflexão - excerto do livro A Boca do Inferno

"o já célebre Padre Loreno pediu aos fiéis que não votassem nos partidos que defendem o casamento entre homossexuais, uma vez que a Igreja é contra o casamento entre homossexuais. Mas o padre Loreno não pediu aos fiéis que não votassem nos partidos que defendeream a guerra, embora a Igreja, tenha sido, também, contra a guerra. O padre Loreno, teve, pois, de optar. E, entre a guerra e o casamento homossexual, optou por condenar o mais pernicioso. Isto significa, evidentemente, que o padre Loreno prefere que dois homens se matem do que se casem (...) porque a casarem-se, ainda eram capazes de se amar pela vida fora e tal...(...).
Quando o casamento entre homossexuais for já uma instituição contra a qual não há nada a fazer, o padre Loreno estará metido em sarilhos. Filosoficamente falando, claro. Que dirá ele então: condenará o divórcio entre homossexuais, uma vez que a Igreja é contra o divórcio; ou apoiá-lo-á porque se desfaz um lar homossexual - e a Igreja condena a homossexualidade? Dilemas."