sábado, 31 de maio de 2008

A Vida

E assim mais não é, a vida,
um emaranhado sufoco de encontros
distÂncias, proximidades, nuances
levanta muros, destrói muros
o dar...
uma espécie de falta de tempo
para entender a força de cada momento;
a lentidão veloz da percepção do resto.


Assim, a vida...Um jogo
peões em extremos...o muito ou o muito pouco
uma dança sem chão
uma pauta de semi-breves
a existência do existir e das valências.


Um corredor trémulo com degraus ajustáveis
uma qualquer casa grande e abafada
tanta, tanta gente só a si abandonada.
Uma pista para campeões...caçadores de almas.
sorrisos de ninguém, metas sempre além
medos antecipados do medo potencial
o depois...


A vida!...o nunca aproveitar a alegria do instante
o chorar baixinho, a primazia da vergonha
o crescer só porque dói, o aprender sofrendo
a vitória da saudade daquilo que nunca foi
os silêncios, o quase dito, o por dizer, o impossível
a proximidade das tangentes e das secantes.


Os vértices, a fúria, o ódio...
a força do mundo e para o mundo.
Para os tantos sem nome e todos culpados
do indefinido que corrói e abrasa e é tanto e é nada.


A vida...uma canção
um corpo aninhado num qualquer chão
a espera interminável de ser arrastado para longe
o ser levado, o ser menino.
A canção...a lágrima das notas e dos cheiros
o vazio, o vácuo
a sensação nada estranha do para quê


o mar, a areia, as pegadas
a brisa, os cabelos, as mãos
o eco, as rochas, a espuma
os búzios, as dunas dos tempos
a erosão do amor...



A vida...

4 comentários:

Nina disse...

Amei este poema. Sei que é teu, já o tinha lido outrora e não me recordava bem, mas saberia identificá-lo ainda que desconhecesse a autoria... transpareces em cada palavra, pelo menos para mim te sei quase de cor! Lov iu manasandra (és a maior)

Darkann disse...

ei fiquei coladissima... temos veia messmmmmoooooooo de artista menina sandra!
parabéns pelo que nos dás.

bj***

poeta de rua disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
poeta de rua disse...

nina: este foi oficialmente o meu primeiro poema. Escrevi-o no café park, quando o frequentava. tantos anos...
darkann: obrigado por de algum modo te identificares com o sentir. bjinho