terça-feira, 30 de dezembro de 2008
Gosto III
Gosto quando amanhece. Gosto da ausencia de obrigação do som do despertador. Gosto quando abro o estore e a luz ilumina o quarto. Gosto de olhar para ti, escondida nos lençóis. Gosto de me perguntares sempre "onde vais?". Gosto quando me agarras e me pedes para ficar um pouco mais. Gosto quando me impões que te abrace. Gosto de te beijar sem conseguires ainda abrir os olhos. Gosto destas manhãs. Gosto mesmo.
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sábado, 13 de dezembro de 2008
Gosto II
"gosto de sair do mar ligeiramente cansada, desperta, fresca;
de ficar parada depois a olhá-lo, com o sol intenso a secar-me as bolhas de água
e a aquecer-me o corpo;
e gosto quando, ao sentir o vento na praia
visto a t-shirt largada na areia quente
e o algodão me aquece de imediato o tronco
durante breves instantes"
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domingo, 30 de novembro de 2008
sábado, 22 de novembro de 2008
swan
subtil corpo de branca penugem
és de música, de algodão
de cetim, ou marfim
és em mim.
esguio, bailarino
cisne
translúcido, de cristal
beleza tal
vénus, safo, afrodite
templo secreto, sagrado
teu fado, meu fado.
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
domingo, 16 de novembro de 2008
eus
aponto o dedo para a imagem no espelho
por vezes não sei quem é.
fico presa nessa pausa da vida
e acontece-me regressar
para lavar a cara.
depois já não olho de novo
não vá o dedo apontar para mim
e acusar-me.
por vezes não sei quem é.
fico presa nessa pausa da vida
e acontece-me regressar
para lavar a cara.
depois já não olho de novo
não vá o dedo apontar para mim
e acusar-me.
terça-feira, 11 de novembro de 2008
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Gosto
gosto de, com os meus lábios, prender os teus lábios;
gosto de, com a minha língua, sentir os seus contornos
e gosto sempre, quando de fugida, retribuis com a tua língua
uma dança de saliva.
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quarta-feira, 15 de outubro de 2008
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
previsões
...e penso: deve ser este tempo. Fico cá com uma nostalgia. Não sei. E então digo: só pode ser do tempo. Não tem que ver com a falta de certezas, com aspirações que não concretizo, com falta de rumo. è de certeza do tempo. Já viste como o céu se está a pôr? Cruzes, que amanhã chove com certeza.
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segunda-feira, 18 de agosto de 2008
celebração
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
Happy to come to this side
regresso. Que bom. Regresso. Sinto que ficou para trás. não a vejo, essa linha ténue que nos separa do nada, do abismo, mas sinto que ficou para trás. E é bom regressar. Perspectivar, projectar, desejar...sonhar, verbos que me estiveram barrados num período estranho, difícil, necessário (penso). Estou aqui, tentando aprender o que significa "o caminho", "o sofrimento", a "vida". Mergulho no início de uma descoberta. Corpo e mente. Eu. Eu e o outro. Vida e morte. Um obrigado pela oportunidade. Um obrigado aos que de mansinho me puxaram para cima, com o seu amor, as suas voltas, a sua dedicação.
sábado, 5 de julho de 2008
Lamentos
terça-feira, 17 de junho de 2008
sábado, 31 de maio de 2008
A Vida
E assim mais não é, a vida,
um emaranhado sufoco de encontros
distÂncias, proximidades, nuances
levanta muros, destrói muros
o dar...
uma espécie de falta de tempo
para entender a força de cada momento;
a lentidão veloz da percepção do resto.
Assim, a vida...Um jogo
peões em extremos...o muito ou o muito pouco
uma dança sem chão
uma pauta de semi-breves
a existência do existir e das valências.
Um corredor trémulo com degraus ajustáveis
uma qualquer casa grande e abafada
tanta, tanta gente só a si abandonada.
Uma pista para campeões...caçadores de almas.
sorrisos de ninguém, metas sempre além
medos antecipados do medo potencial
o depois...
A vida!...o nunca aproveitar a alegria do instante
o chorar baixinho, a primazia da vergonha
o crescer só porque dói, o aprender sofrendo
a vitória da saudade daquilo que nunca foi
os silêncios, o quase dito, o por dizer, o impossível
a proximidade das tangentes e das secantes.
Os vértices, a fúria, o ódio...
a força do mundo e para o mundo.
Para os tantos sem nome e todos culpados
do indefinido que corrói e abrasa e é tanto e é nada.
A vida...uma canção
um corpo aninhado num qualquer chão
a espera interminável de ser arrastado para longe
o ser levado, o ser menino.
A canção...a lágrima das notas e dos cheiros
o vazio, o vácuo
a sensação nada estranha do para quê
o mar, a areia, as pegadas
a brisa, os cabelos, as mãos
o eco, as rochas, a espuma
os búzios, as dunas dos tempos
a erosão do amor...
A vida...
um emaranhado sufoco de encontros
distÂncias, proximidades, nuances
levanta muros, destrói muros
o dar...
uma espécie de falta de tempo
para entender a força de cada momento;
a lentidão veloz da percepção do resto.
Assim, a vida...Um jogo
peões em extremos...o muito ou o muito pouco
uma dança sem chão
uma pauta de semi-breves
a existência do existir e das valências.
Um corredor trémulo com degraus ajustáveis
uma qualquer casa grande e abafada
tanta, tanta gente só a si abandonada.
Uma pista para campeões...caçadores de almas.
sorrisos de ninguém, metas sempre além
medos antecipados do medo potencial
o depois...
A vida!...o nunca aproveitar a alegria do instante
o chorar baixinho, a primazia da vergonha
o crescer só porque dói, o aprender sofrendo
a vitória da saudade daquilo que nunca foi
os silêncios, o quase dito, o por dizer, o impossível
a proximidade das tangentes e das secantes.
Os vértices, a fúria, o ódio...
a força do mundo e para o mundo.
Para os tantos sem nome e todos culpados
do indefinido que corrói e abrasa e é tanto e é nada.
A vida...uma canção
um corpo aninhado num qualquer chão
a espera interminável de ser arrastado para longe
o ser levado, o ser menino.
A canção...a lágrima das notas e dos cheiros
o vazio, o vácuo
a sensação nada estranha do para quê
o mar, a areia, as pegadas
a brisa, os cabelos, as mãos
o eco, as rochas, a espuma
os búzios, as dunas dos tempos
a erosão do amor...
A vida...
sexta-feira, 18 de abril de 2008
do crescer
Ter o pensamento confundido;
saber o que tenho para viver
nos sonhos que não tive.
Perder-te.
e desejar sempre ter-te encontrado.
e saber que o lugar da não-distância
é o coração.
e saber que a vida é uma lua solarenga
uma noite apenas, sem pressa.
e saber que o que se grava cá dentro
não mais se aparta de nós.
e saber que te sei
e saber tudo isto e não querer saber.
e sentir-te na impossibilidade
de te abraçar
e sentir veludo e envolvimento.
e lembar...
sempre lembrar...
o poema, a viola, as cores
o céu daquela noite
o sorriso infantil e penetrante;
sempre o sorriso infantil e penetrante.
e jogar contigo
na música, na dança, nos olhos
elevar-me contigo
pensar-te,mexer-te, ficar-me.
Ficar-me pelo azul musical
ficar-me pela ilha sem mundo
ficar-me connosco.
connosco corre o tempo veloz
e sem ti o tempo lento e atroz.
que me ame.
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make peace with the past - honey and saliva
terça-feira, 8 de abril de 2008
Memória
Amar o perdido
Deixa confundido
Este coração.
Nada pode o olvido
Contra o sem sentido
Apelo do Não.
As coisas tangíveis
Tornam-se insensíveis
Á palma da mão.
Mas as coisas findas
Muito mais que lindas
Essas ficarão.
Carlos Drummond de Andrade
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Carlos Drummond de Andrade
“Amo as horas sombrias do meu ser
Em que os meus sentidos se aprofundam.
Nelas encontrei,
Como em velhas cartas,
O meio dia já vivido
Ultrapassado e vasto como numa lenda.
Elas me ensinam que possuo espaço
Para uma intemporal segunda vida.
E por vezes sou como a árvore
Que, madura e rumorosa sobre uma campa
Cumpre o sonho que a criança de
Outrora (abraçada por suas cálidas raízes)
Perdeu em tristezas e canções”
Em que os meus sentidos se aprofundam.
Nelas encontrei,
Como em velhas cartas,
O meio dia já vivido
Ultrapassado e vasto como numa lenda.
Elas me ensinam que possuo espaço
Para uma intemporal segunda vida.
E por vezes sou como a árvore
Que, madura e rumorosa sobre uma campa
Cumpre o sonho que a criança de
Outrora (abraçada por suas cálidas raízes)
Perdeu em tristezas e canções”
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Rainer M. Rilke
terça-feira, 18 de março de 2008
A Pedir. Soneto
Peço-te para que me escutes
sem ter que usar as palavras vazias
nenhuma delas me diz;
com efeito, todas me omitem.
Peço-te para que me abraces
sem ter de abrir os meus braços a ti;
ficar-me apenas pelo peso do corpo
deixado ao acaso na areia do solo.
Peço-te então que me beijes
sem esperar a sintonia dos lábios
e que me circundes o rosto cansado.
Peço-te porque hoje a ti me dirijo.
Não sei mais que pedir-te somente
afago para mais esta existência de protesto.
sem ter que usar as palavras vazias
nenhuma delas me diz;
com efeito, todas me omitem.
Peço-te para que me abraces
sem ter de abrir os meus braços a ti;
ficar-me apenas pelo peso do corpo
deixado ao acaso na areia do solo.
Peço-te então que me beijes
sem esperar a sintonia dos lábios
e que me circundes o rosto cansado.
Peço-te porque hoje a ti me dirijo.
Não sei mais que pedir-te somente
afago para mais esta existência de protesto.
Ambíguo
Que me doí...como de entre dois espelhos
um não é permitido.
Sim, assim parece (e mais do que isso)
assim o é!
E eu sou aquilo que não sei se sou;
sou a inversão
a divisão egoísta da insanidade.
Dou como certo que aceito a pureza como perversa.
A liberdade está no voo que nunca dei
naquele salto a que nunca me aventurei.
Sugam-me pensamentos do nada irreal
ou imoral;
Do comportamento esperado e não desejado.
2001-06-01
sexta-feira, 14 de março de 2008
Abraço
Derradeiro é o momento
que se faz, que nos faz.Um aprazível desejo
para te abraçar, envolverTal qual recolho uma nuvem,
nenúfar evoar, voar!
Teu corpo é
peça mágica de um puzzle
no encaixe perfeitoda vida que toma sentido
á ordem racional do concreto.
Abraço-te.
De quando em quando
te dou a forma de um poema.
Abraço-te.
Tomo-te em mim, nas minhas mãos,
no meu corpo
que então,
não se torna mais meu
porque se funde no teu.
A pequena hora nostálgica da eterna noite
A pequena hora nostálgica da eterna noite
desceu, cresceu, eclodiu, venceu.
Abriu a porta de dentro
esta, de mim, por aqui;
do coração para a caneta
da melodia para o chão
solo firme, inerte, purgante.
Compasso ou moratória, é sempre de espera.
A transição da mágoa
do nascido, do morto, do projecto-fim.
Não faço parte do Deus que para mim existe.
A estrada menos percorrida.
Caçarei a minha alma fugida
saída por entre as frestas da incerteza e da culpa.
O poema que se faz
é sempre na pequena hora nostálgica da eterna noite.
Busco a estranheza da melancolia na sua essência;
faz-se batalha a procura de certezas
de uma pausa-equilíbrio
do vento que não fustigue.
Com graça sofreremos e recuperaremos
da graça com que lutamos num semi-corpo em definição
Múltiplos braços que seguram o hoje
o hoje da pequena hora nostálgica da eterna noite.
Bate como açoite
aquilo que deixamos a meio
na plena cinética das metas e da projecção.
A música dói na sua viagem memorial...
Peçamos uma consciência mais negligente;
não mais um amor mutante
desse que vem delicado, prazeroso, fértil
mas frágil.
Frágil em mais uma pequena hora nostálgica da eterna noite.
Adormeci na hipérbole da sensação.
desceu, cresceu, eclodiu, venceu.
Abriu a porta de dentro
esta, de mim, por aqui;
do coração para a caneta
da melodia para o chão
solo firme, inerte, purgante.
Compasso ou moratória, é sempre de espera.
A transição da mágoa
do nascido, do morto, do projecto-fim.
Não faço parte do Deus que para mim existe.
A estrada menos percorrida.
Caçarei a minha alma fugida
saída por entre as frestas da incerteza e da culpa.
O poema que se faz
é sempre na pequena hora nostálgica da eterna noite.
Busco a estranheza da melancolia na sua essência;
faz-se batalha a procura de certezas
de uma pausa-equilíbrio
do vento que não fustigue.
Com graça sofreremos e recuperaremos
da graça com que lutamos num semi-corpo em definição
Múltiplos braços que seguram o hoje
o hoje da pequena hora nostálgica da eterna noite.
Bate como açoite
aquilo que deixamos a meio
na plena cinética das metas e da projecção.
A música dói na sua viagem memorial...
Peçamos uma consciência mais negligente;
não mais um amor mutante
desse que vem delicado, prazeroso, fértil
mas frágil.
Frágil em mais uma pequena hora nostálgica da eterna noite.
Adormeci na hipérbole da sensação.
sábado, 8 de março de 2008
Pausa
segunda-feira, 3 de março de 2008
Fios Soltos. Conversas
miosotys: O amor é um lugar estranho.
armisén: Estranho sonho que tive esta noite...
miosotys: Noite, condensa medos, eleva anjos efémeros.
armisén: efémeros? que raio de palavra para começar uma frase.
miosotys: A frase que construo com palavras. E eu nunca foi um domador de palavras.Como Ruy Belo, sou domada por elas.
armisén:elas são mesmo assim, iguais a elas próprias.
miosotys: próprias e peculiares expressões. Expressão ao mundo.
armisén: que mundo? pergunto.
miosotys: "Eu não sou eu, nem sou outro. Sou qualquer coisa de intermédio. Pilar da ponte do tédio".
armisén: Tédio este que me invade e que tento sacudir.
miosotys: sacudir as energias negativas. Relaxar.
ármisen: liberta-te, solta-te, encontra-se...Revela o que sentes.
miosotys: Sentes tudo e de todas as maneiras?!
armisén: Estranho sonho que tive esta noite...
miosotys: Noite, condensa medos, eleva anjos efémeros.
armisén: efémeros? que raio de palavra para começar uma frase.
miosotys: A frase que construo com palavras. E eu nunca foi um domador de palavras.Como Ruy Belo, sou domada por elas.
armisén:elas são mesmo assim, iguais a elas próprias.
miosotys: próprias e peculiares expressões. Expressão ao mundo.
armisén: que mundo? pergunto.
miosotys: "Eu não sou eu, nem sou outro. Sou qualquer coisa de intermédio. Pilar da ponte do tédio".
armisén: Tédio este que me invade e que tento sacudir.
miosotys: sacudir as energias negativas. Relaxar.
ármisen: liberta-te, solta-te, encontra-se...Revela o que sentes.
miosotys: Sentes tudo e de todas as maneiras?!
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